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Teatro Politeama Argentino

Como era o antigo Teatro Politeama

Podemos dizer que a história do Teatro Politeama de Buenos Aires começa em 1828 num terreno abandonado que pertencia à familia Zamudio, naquele momento localizado na zona rural da cidade, à beira do arroio “zanjón de Matorras” que inundava toda a região com qualquer chuva.

Nesse terreno foi construído o Vauxhall, também conhecido como parque Argentino, local em que as famílias mais abastadas da época curtiam todo tipo de entretenimentos e espectáculos ao ar livre.

Várias décadas depois, Cesar Ciacchi alugou aos Zamudio algumas terras baratas à beira do que viria a ser a calle Corrientes, que ainda nem havia sido projetada. Naquele lugar Ciacchi montou uma tenda chamada de “Circo Arena”, que começou a ser bem frequentada e por muitos anos foi um foco de atração, tanto que a região foi sendo povoada de artistas boêmios e imigrantes.

O sucesso do Circo Arena foi tão grande, que Ciacchi assinou um novo contrato com Zamudio, com o plano de construir um teatro. Montou então uma sociedade para conseguir recursos e doações para o novo empreendimento.

Nessa época um tal Sr. Médici, proprietário da companhia de esgotos da cidade, doou os tijolos que posteriormente seriam usados na fachada do teatro. É aí que surge a primeira característica do antigo Teatro Politeama: uma fachada com tijolos aparentes usados na construção das redes de esgoto. Mas eram tijolos trazidos da Itália…

Conta a lenda que Ciacchi, grato pela doação, deixou de propósito a fachada de tijolos sem reboco nem pintura para que todos vissem a benfeitoria de Médici, que por sua vez ajudou bastante na divulgação do local.

Finalmente as obras terminaram em 31 de janeiro de 1879 e o Teatro Politeama foi inaugurado com um grande baile, já no endereço que o consagrou: Corrientes 1490, esquina com Paraná. No dia seguinte, uma forte tempestade de verão derrubou uma parede do palco e parte do teto.
Finalmente o teatro abriu suas portas em 16 de julho de 1879.

Em 1883 Ciacchi decidiu adicionar outro andar para aumentar a capacidade de espectadores, e finalmente converteu o Politeama em uma sala lírica, pasando a competir com o famoso teatro Opera de Buenos Aires.

Em 1898 a propriedade e a concessão do teatro venceram e o Politeama volta às mãos da familia Zamudio, após longas discussões sobre se o negócio deveria ser demolido ou continuar. Finalmente o Politeama prosseguiu e agora era o principal teatro dramático da cidade.

Em 1936 o alargamento da Corrientes obrigou a demolição da fachada para o edifício se adequar à regra municipal.

Pouca ornamentação – O Teatro Politeama tinha poucos elementos decorativos; isto porque a obra teve muitas dificuldades econômicas, sofreu várias paralisações e o empresário na pressa de terminar logo a construção utilizou material mais simples e barato, o que acabou sendo uma característica dessa região da Avenida Corrientes, tornando-se comum encontrar prédios com tijolos vermelhos aparentes.

A modernização do Teatro Politeama ficou a cargo de Maria Luisa Zamudio de Balbín, que nomeou o arquiteto Alejo Luis Pazos para não somente modernizar mas reconstruir totalmente o teatro, com uma fachada em estilo racionalista, típica da época, bem majestosa e de escala monumental, combinando com o alargamento da calle Corrientes.

Moderno e Multiuso

Agora o Politeama tinha capacidade para 3500 espectadores e podia ser usado no formato de circo, bastando desmontar a plateia para formar um picadeiro. Nesse formato a plateia ficava nivelada co o palco, o que facilitava espetáculos de cunho social, como bailes e eventos dos mais variados tipos.

Antigo Teatro Politeama

Utilizado como teatro, o Politeama tinha um palco bastante amplo, com saída lateral direta à calle Paraná, o que facilitava a entrada em cena de grandes estruturas e animais, assim como a saída em massa, caso fosse necessário.

O teatro foi demolido definitivamente em 1958, para a construção de um complexo comercial chamado “Torre Politeama”, que nunca foi concluído. Houve outros projetos que também não deram certo, como o Complexo Politeama (1996), a torre The Iceberg (2007) e a Torre Millenium Global (2008).
O enorme terreno do Politeama permaneceu inutilizado por mais de cinquenta anos.

Agora, 140 anos após sua inauguração, o Teatro Politeama voltará a abrir as portas. Saiba mais aqui.

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